DALTON DI FRANCO

DALTON DI FRANCO
Jornalista, escritor, radialista, administrador de empresas, pós-graduado, professor universitário e Advogado. Ele já foi vereador, deputado estadual e vice-prefeito de Porto Velho (RO)

sábado, 28 de abril de 2012

Cinzas de Walderedo Paiva são despejadas no Rio Madeira

A família do delegado aposentado da Polícia Civil de Rondônia Walderedo Paiva, que morreu no dia 7 de abril passado, em João Pessoa (PB) realizou neste sábado, em Porto Velho, a última vontade do falecido: despejou parte de suas cinzas no Rio Madeira, como símbolo da gratidão que ele tinha pela terra chamada Rondônia que o acolheu em março de 1979, quando aqui chegou recém-formado em Direito. “Considerem-se abraçados”, disse a filha Tatiane, repetindo um velho bordão de Walderedo que em Rondônia, além de delegado de policia, foi secretário de Estado e deputado estadual. O ato fúnebre reuniu familiares e amigos sendo iniciado em um barracão da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. O cerimonialista e jornalista Lenilson Guedes iniciando o ato com a leitura de um histórico da vida de Walderedo, paraibano de João Pessoa, nascido a 19 de janeiro de 1936. Casado com dona Terezinha de Oliveira Costa Paiva, chegou a Rondônia em março de 1979 quando iniciou uma carreira de sucesso: primeiro como delegado de Polícia, depois como deputado estadual (por duas vezes), e secretário de Estado. No governo de José Bianco chegou a responder por duas secretarias: Justiça e Segurança. Aposentado, passou a advogado em Rondônia e na Paraiba, morrendo no dia 07 de abril passado, depois de 45 dias internado na UTI de um hospital particular de João Pessoa. Deixou um exemplo para todos os familiares, amigos e para o povo de Rondônia como político, servidor público dedicado e íntegro, advogado atuante, “um ser humano apaixonado pelo semelhante, um pai carinhoso, um marido apaixonado depois de 40 anos de convício e respeito por dona Terezinha, um amigo incomparável, um filho e um irmão sem igual”, descreveu Lenilson Guedes. O jornalista Dalton Di Franco que por duas vezes foi assessor de imprensa de Walderedo na Secretaria de Justiça e na Secretaria da Segurança Pública lembrou quando o conheceu em 1979. “Ele era um delegado respeitado, honrado, íntegro”, afirmou e recordou da primeira campanha de Walderedo, em 1982. “O Walter dirigia o carro, um Fusca enquanto eu falava ao microfone, fazendo a publicidade eleitoral do delegado Mão-de-Onça”. Dalton ainda explicou a origem do apelido dado a Walderedo por causa do tamanho de suas mãos. “Ele um dia chegou a mim e perguntou se eu queria lascá-lo chamando-o de Mão-de-Onça? Nada era nada pejorativo. Era um jeito simples e de reconhecimento a um homem que nunca sujou suas mãos”. O pastor e genro André, da Igreja Batista Betel, conduziu a oração em favor da família e dos presentes. A filha Tatiane falou que Walderedo lutou para que essa terra fosse erguida em justiça. Ele foi um dos deputados que escreveu a primeira Constituição do Estado de Rondônia. A filha ainda recordou que Walderedo mesmo depois que aposentou-se sempre era lembrado por sua seriedade em fazer gerir o que lhe fora confiado, com firmeza das suas decisões. Sua história de vida foi permeada por muitas lendas. Uma frase que poderia ser escrita em seu epitáfio, para resumir tudo o que ele foi, encontra-se na Biblia Sagrada: “Combati o bom combate”, citou Tatiane, agradecendo a todos pela participação e colaboração nestes dias de luto. “Considerem-se abraçados”, repetiu o bordão do pai, usado em momentos de despedida. O filho Walderedo Júnior que já foi vereador em João Pessoa foi o ultimo a falar quando em nome da família agradeceu a todos. Ele citou que dias antes de morrer, Walderedo fez uma serie de recomendações. Uma delas era de que seu corpo deveria ser cremado. Parte das cinzas atiradas sobre o mar e a outra jogada no Rio Madeira. “Quando a gente estava saindo da UTI ele falou a mim: diga a Dalton (di Franco ) que eu estou chegando”, referindo-se a sua vinda a Porto Velho para retribuir a ajuda recebida em sua primeira campanha eleitoral: pedir votos para o amigo, pré-candidato do PDT a Prefeito de Porto Velho. Depois dessa primeira parte, todos os presentes seguiram de barco até certo ponto do Rio Madeira, quando, dona Terezinha, a viúva determinou o desfecho do ato fúnebre: as cinzas foram despejadas nas águas, com a participação de cada familiar e amigo chamado pelo filho Júnior.

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